A fisioterapeuta ortopédica Fernanda Queiroz explica que os movimentos repetitivos são as maiores causas da síndrome. Para prevenir, o ideal é alongar
Difícil hoje em dia é encontrar quem passe sem computador.
Seja para o trabalho, estudo ou lazer, um grande número de pessoas faz uso dessa tecnologia e muitas vezes não toma os cuidados necessários para evitar patologias causadas pelo esforço repetitivo.
A incidência dessas doenças, conhecidas como LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomoleculares Relacionados ao Trabalho), entre elas a Síndrome do Túnel do Carpo, está aumentando cada vez mais, principalmente nas mulheres.
O Planeta Sercomtel conversou com a fisioterapeuta ortopédica Fernanda Queiroz para esclarecer o que é a Síndrome do Túnel do Carpo, seus sintomas, tratamento e como prevenir. Confira:
Entendendo o túnel do carpo
Você provavelmente nunca ouviu falar no túnel do carpo, mas com certeza faz uso dele todas as vezes que utiliza as mãos para algum movimento.
“Em nossa mão temos por baixo os ossos e por cima um ligamento transverso. Eles formam um túnel por onde passam os nove tendões flexores dos dedos e o nervo mediano, responsável pelos movimentos do polegar, indicador e dedo médio. Esse é o túnel do carpo”, explica a fisioterapeuta.
A síndrome
Os tendões das mãos normalmente funcionam sem atrito ou dor. É quando essas estruturas ficam inchadas e comprimem o nervo mediano que temos a Síndrome do Túnel do Carpo.
As causas podem ser traumáticas, inflamatórias, alterações hormonais e até gravidez, pois as gestantes possuem um acúmulo maior de líquidos. “Mas a maior causa de compressão do nervo mediano são as LER/DORT. É causada por movimentos simples, mas repetitivos”, aponta Fernanda.
Entre esses movimentos, estão os feitos durante o uso de computadores, para costurar, fazer crochê ou bordar, utilização de pinças, ou seja, tudo aquilo que faz uso dos dedos das mãos de forma delicada, não em grandes movimentos.
Sintomas e diagnóstico
O sintoma número um da síndrome do Túnel do Carpo é a parestesia - ou formigamento - dos dedos polegar, indicador e médio. Também ocorrem dores e com o passar do tempo perda de força muscular e da amplitude dos movimentos da mão.
A síndrome pode estar nos estágios leve, moderado ou grave e geralmente é descoberta através de um diagnóstico clínico.
“O diagnóstico é baseado na queixa do paciente, no seu histórico e em testes clínicos. Quando é necessário um diagnóstico mais preciso é feita uma eletroneuromiografia, um exame que utiliza agulhas” esclarece a fisioterapeuta.
Tratamento
Nos casos mais leves, a Síndrome do Túnel do Carpo pode ser tratada com repouso da articulação, diminuição da atividade repetitiva e uso de uma órtese. Nos casos moderados e graves é necessário tratamento fisioterápico e, caso não seja suficiente, há a correção cirúrgica.
A cirurgia é feita através de uma simples incisão no punho e do corte do ligamento, para descomprimir o túnel do carpo. Há também a artroscopia, feita por vídeo, que minimiza o tamanho do corte e facilita no processo de recuperação.
Prevenção
Prevenir é muito simples e não exige nenhuma medida drástica. O risco de Síndrome do Túnel do Carpo é maior em quem trabalha constantemente com as mãos, por isso é preciso fazer pausas de hora em hora e alongar a musculatura flexora e extensora das mãos. Usar o computador somente o tempo estritamente necessário também é válido para minimizar o risco.
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