1. Sensação de baixo rendimento, de não atingir as próprias metas (independente do quanto a pessoa de fato realize).
Começamos por esse sintoma porque é o motivo mais freqüente que leva um adulto a procurar ajuda. "Simplesmente não consigo me realizar", é o refrão mais comum. A pessoa pode até ser considerada um sucesso por padrões objetivos, ou estar se debatendo, como que perdido em um labirinto, incapaz de fazer uso de seu potencial.
2. Dificuldade em organizar-se.
Um dos maiores problemas para a maior parte dos adultos com TDA. Sem a estrutura da escola, ou os pais por perto para manter as coisas organizadas para ele, o adulto pode titubear perante as demandas da vida cotidiana. As supostas "pequenas coisas" podem amontoar-se, criando enormes obstáculos. Por exemplo, um compromisso não cumprido, um cheque perdido, um prazo esquecido.
3. Adiamento crônico do inicio de tarefas.
A realização de tarefas por adultos com TDA é associada a tanta ansiedade - inclusive pelo receio de não as fazer direito - que eles as empurram para mais tarde, e mais tarde, o que, obviamente, só faz aumentar a ansiedade ligada à tarefa.
4. Muitos projetos tocados simultaneamente; dificuldade em levá-los adiante.
Uma conseqüência do numero 3. Conforme uma tarefa é deixada de lado, outra é assumida. Ao fim do dia, da semana ou do ano, incontáveis projetos são empreendidos, nem todos são concluídos.
5. Tendência a dizer o que vem à mente, sem considerar o momento e a conveniência do comentário.
Como a criança com Déficit de Atenção ou Hiperatividade em sala de aula, o adulto com TDA se deixa levar pelo entusiasmo - a diplomacia e a malícia se rendem a lampejos impulsivos.
6. Busca freqüente por forte estimulação.
O adulto com TDA está sempre à procura de algo novo, envolvente, algo do mundo externo que possa vibrar como o turbilhão em seu íntimo.
7. Intolerância ao tédio.
Corolário do número 6. Na verdade, a pessoa com TDA raramente se sente entediada, pois, no mesmo milissegundo em que detecta a tédio, parte para a ação e encontra algo novo; então muda de canal.
8. Facilidade para distrair-se, problema de concentração, tendência a se desligar ou ficar à deriva no meio de uma página ou diálogo, às vezes acompanhados de uma capacidade de hiperconcentração.
A marca registrada do TDA. O "desligamento" é um tanto involuntário, acontecendo quando a pessoa não está olhando, por assim dizer, e a próxima coisa que se percebe é que ela não está ali. A capacidade muitas vezes extraordinária de hiperconcentração também costuma estar presente, enfatizando o fato de que na verdade essa é uma síndrome não de déficit de atenção, mas de inconstância na atenção.
9. Freqüentemente criativo, intuitivo e muito inteligente.
Não é um sintoma, mas uma característica que merece ser mencionada. Os adultos com TDA (ou TDAH) em geral têm mentes mais criativas do que a média. Em meio à sua desorganização e devaneio, demonstram lampejos de talento. Capturar esse "algo especial" é um dos objetivos do tratamento.
10. Dificuldade em seguir caminhos pré estabelecidos, em proceder de forma "apropriada".
Contrariamente ao que se possa pensar, isso não se deve a algum problema não resolvido com figuras de autoridade; trata-se, antes, de uma manifestação de tédio e frustração: tédio por estar fazendo coisas seguindo uma rotina e excitação por novas abordagens, e frustração por não ser capaz de fazer as coisas da forma como "deveriam" ser feitas.
11. Impaciência. Baixa tolerância à frustração.
Qualquer tipo de frustração remete o adulto com TDA a todos os seus fracassos do passado. "Ah, não!", diz ele. "Aqui vamos nós de novo". Por isso sente raiva ou se recolhe. A impaciência deriva da necessidade de estimulo constante, podendo fazer com que os outros o considerem imaturo ou insaciável.
12. Impulsivo, verbalmente ou nas ações - como gastar dinheiro impulsivamente, mudar de planos, fazer modificações em projetos profissionais, coisas desse tipo.
Este é um dos sintomas mais perigosos em adultos, ou, dependendo do impulso, um dos mais úteis.
13. Tendência a uma preocupação desnecessária e sem fim. Propensão a sondar o horizonte em busca de algo com que se preocupar, ao mesmo tempo em que mostra desatenção ou descaso por perigos palpáveis.
A preocupação passa a ser aquilo em que a atenção se transforma quando não está concentrada em uma tarefa.
14. Sensação de insegurança.
Muitos adultos com TDA sentem uma insegurança crônica, não importando a estabilidade de sua vida.
15. Humor oscilante lábil, sobretudo quando desvinculado de uma pessoa ou projeto. A pessoa com TDA pode ficar de repente de mau humor, depois de bom humor, e novamente mal-humorada - tudo isso num espaço de poucas horas, e sem motivo aparente.
Mais do que as crianças, os adultos com TDA mostram instabilidade de humor. Isso se deve principalmente às suas experiências de frustração e/ou fracasso, mas em parte também à biologia do distúrbio.
16. Inquietude.
Em geral, não se encontra no adulto a hiperatividade marcante que encontramos na criança. Em vez disso, o que se observa é algo que parece "energia nervosa": andar de um lado para o outro, tamborilar com os dedos, mudar de posição quando está sentado, sair a toda hora de uma mesa ou quarto, sentir-se tenso quando em descanso.
17. Tendência a comportamento aditivo, viciado, compulsivo.
Pode ser sexo, álcool, drogas, jogo, compras, comida ou trabalhar demais.
18. Problemas crônicos de auto-estima.
Estes problemas são o resultado direto e lamentável de anos de frustração, fracasso ou malogro das iniciativas. Mesmo a pessoa com TDA (ou TDAH ou Déficit de Atenção ou Hiperatividade) que já conquistou o seu espaço em geral se sente anormal. O que impressiona é a capacidade de recuperação da maioria desses adultos, a despeito dos muitos obstáculos.
19. Auto- observação imprecisa.
Pessoas com TDA são auto-observadoras precários. Não fazem uma avaliação aguçada do impacto que exercem sobre os outros. Em geral, consideram-se menos eficientes ou poderosas do que os outros acham.
20. Histórico familiar de Déficit de Atenção ou Hiperatividade, transtorno maníaco-depressivo, depressão, uso abusivo de substâncias, ou outros distúrbios de controle dos impulsos ou do humor.
Em cerca de 60% dos casos, o DDA ou TDAH continua na vida adulta. A impulsividade e a hiperatividade amenizam e a distração fica mais evidente.
Conforme a predominância de mais desatenção ou mais impulsividade/hiperatividade temos dois tipos mais comuns de pacientes:
· Desligados, "preguiçosos", sem iniciativa, sonhadores, não acabam o que começam, adiam tarefas, perdem horas, dias, meses, anos sem começar ou sem concluir os projetos
· Agitados, impulsivos, ansiosos, "língua mais rápida que o cérebro", péssimos diplomatas, descontrolados, não agüentam esperar numa fila. Quando outra pessoa começa uma frase, eles já sabem o que ela vai falar, portanto respondem ou interrompem antes da hora. Às vezes porque realmente pensam rápido e são muito "antenados", às vezes porque são superficiais e falam sem pensar e sem medir as conseqüências).
O LADO BOM.
· "Ser DDA" tem um lado bom, desde que o seu grau de Hiperatividade não tenha feito você ser expulso de todas as escolas, ou transformado você num trabalhador braçal apesar de ser conhecedor de algum assunto muito especial, que a maioria das pessoas só conhece superficialmente.
· Os “DDAs” podem ter grandes qualidades: simpáticos, falantes, comunicativos, inteligentes, energia inesgotável, idéias novas e brilhantes (embora nem sempre sejam levadas adiante).
· Criativos, pioneiros, inventores, não vivem sempre de modo politicamente correto. Assumem e correm riscos, defendem idéias, em parte pela falta de freio, de filtro social e pela impulsividade.
· Podem ser muito sexuais, gostam de simetria, de coisas bonitas e de novidades.
· Muitos descobrem um interesse especial onde conseguem "hiperconcentrar".
O LADO RUIM:
· A letra pode ser feia, portanto acabam criando o hábito de escrever em letra de forma, para que as pessoas (e eles próprios) entendam.
· Em palestras precisam escrever ou gravar, mas quem disse que depois irão ouvir as fitas ou entender o que escreveram ?
· Podem viver perigosamente e se expor a riscos.
· Aventuras sexuais podem ser um dos temperos de sua vida eternamente em busca de emoções.
· Abuso de substâncias (cigarro, álcool, drogas).
· Podem criar inimizades, pedem demissão, são demitidos, se divorciam-, são expulsos de casa, rompem namoros, noivados, etc.
· Pessoas inteligentes, capazes, simpáticas, que simplesmente não deram certo na vida. Porque nunca aprenderam uma profissão, porque mudam de profissão, porque destruíram casamentos por causa de mais aventuras do que a média, ou por aventuras mais comprometedoras. Porque faltou diplomacia, malícia e habilidade política. Porque começam e não concluem muitas coisas ao mesmo tempo.
· O DDA pode ser o bode expiatório da família. Por exemplo: ele precisa de muito mais atenção dos pais, professores, etc., o que desperta ciúmes dos irmãos. Ou desperta irritação dos pais, pois todos os irmãos tiveram as mesmas chances mas o DDA não aproveitou. Isso e mais as experiências de vida levam a uma auto-estima baixa.
· As mulheres reclamam que maridos esquecem datas, fatos, conversas, etc. Que eles não ouvem o que elas falam. E que se ouvem, não gravam. Que eles parecem estar prestando atenção, mas não estão. Os homens são assim, mas os DDAs são mais que os outros.
· Sua mesa de trabalho é um buraco negro, tudo que entra desaparece.
· Deixam a cozinha num caos para fritar um ovo.
· Sabem o nome de uma pessoa, ele está em algum lugar do cérebro, mas quando encontram essa pessoa parece que não conseguem lembrar.
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