Cálculos de medicações

DILUIÇÃO

Esta prática é usada no caso de prescrição de uma medicação sólida, para um paciente internado.

É necessário a diluição, para este medicamento ser administrado por via intravenosa.

Há vários medicamentos em pó que são utilizados na clínica, e estes devem ser diluídos no próprio solvente, água destilada ou soro fisiológico (SF 0,9%), etc.

A escolha do solvente depende:

• Primeiramente do medicamento (deve ser analisado a afinidade química);
• Da via em que o medicamento será aplicado;
• Da ação medicamentosa (tempo de ação mais rápido, intermediário ou lento);
• Do paciente.

Exemplo de cálculo:

1. Foi prescrito 250 mg de cefalexina, e na clínica há ampolas de 500 mg.

• Inicialmente ocorre a diluição da medicação em um solvente.
• Neste caso utilizou-se uma ampola de 10 mL de água destilada.

Resultado: 500 mg/10 mL de água destilada, o que significa que há 500mL de cefalexina em 10mL de água destilada.

Falta preparar 250 mg (concentração que foi prescrita). Para tal segue os cálculos necessários, abaixo:

500 mg ------------- 10 mL

250 mg ------------- x

X = 250 mg x 10 mL

              500 mg

X =   2500 mL

           500

X = 5 mL

Portanto, será administrado 5 mL da solução que foi preparada.

 Supondo que a solução preparada acima será administrada em soro, seguem os cálculos abaixo:

• Acrescenta-se o volume achado no volume do soro;
• Faz-se o cálculo de gotejamento.

Exemplo:

Volume da solução preparada = 5 mL;

Volume do soro prescrito = 500 mL de SF 0,9 %

Volume total = 505mL

Tempo = 4 horas

Equipo = microgotas

G =   V .

         T

G = 505 mL

         4 h

G = 126,25 à arredondando fica: 126 gts/min.

 

REDILUIÇÃO

No caso de utilizar uma medicação já diluída, para o preparo de outra solução com uma menor concentração que a primeira, deve-se fazer o seguinte:

• É necessário acrescentar mais solvente.

Há vários medicamentos que já se encontram diluídos.

Para obtenção de uma solução prescrita, com concentração inferior a um medicamento já diluído, deve-se acrescentar o próprio solvente, água destilada ou soro fisiológico (SF 0,9%), etc.

Exemplo:

Foi prescrito 20 mg de clindamicina. Há ampolas de 300 mg/2mL. Como deve ser feito a rediluição?

• Iniciar com a rediluição em um solvente. Neste caso utilizou-se uma ampola de 10 mL de água destilada;
• Ampola de 300 mg/2mL, significa: há 300mg de clindamicina em 2mL de solvente;
• Diluir a ampola em 10 mL de água destilada à como resultado terá: 300 mg em 12 mL.

Para a prescrição de 20 mg de clindamicina, segue o cálculo abaixo:

Volume da solução = 2 mL

Volume do solvente (água destilada) = 10 mL

Volume total = 12 mL

300 mg --------------- 12 mL

20 mg ----------------- x

X = 20 mg x 12 mL

            300 mg

X = 240 mL

        300

X = 0,8 mL --> portanto, será usado 0,8 mL da solução preparada.

TRANSFORMAÇÃO DO SORO

Essa prática é usada no caso de uma prescrição de um soro com diferente concentração da usual.

É necessário o acréscimo de mais soluto no mesmo, em prescrições como concentração superior a usual.

Em geral, os soros mais utilizados são:

• Glicose a 5%;
• NaCl a 0,9%;
• Ampolas com maior concentração (como ampolas a 50% em 10 mL). Utilizadas no preparo de soluções com maiores concentrações.

Exemplo:

Foi prescrito um soro de glicose a 10% de 500 mL. Tem-se disponível um soro de 500 mL a 5% de glicose e ampolas de 10 mL a 50% de glicose.

Etapas

1ª Etapa

• Descobrir a concentração de glicose presente nesse soro de 500 mL a 5%, disponível na unidade.
• 5% de glicose significa: há 5g de glicose em 100mL;
• Então, qual a concentração de glicose em 500mL? Siga os cálculos abaixo:

5 g de glicose --------------- 100 mL

X --------------------------- 500 mL

X = 5 g x 500 mL

           100 mL

X = 2500 g

       100

X = 25 g --> Portanto, no soro de 500 mL a 5% há 25 g de glicose.

2ª Etapa

• Determinar a concentração de glicose presente no soro de 500 mL a 10%, prescrito.
• 10% de glicose significa: há 10g de glicose em 100mL;
• Então, qual a concentração de glicose em 500mL? Siga os cálculos abaixo:

10 g de glicose --------------- 100 mL

X ----------------------------- 500 mL

X = 10 g x 500 mL

           100 mL

X = 5000 g

       100

X = 50 g --> Portanto, no soro de 500 mL a 10% há 50 g de glicose.

3ª Etapa

• Determinar a concentração de glicose será necessária ser acrescida no soro de glicose a 5%, disponível na unidade.
• E para isso é necessário saber a concentração de glicose prescrita (descoberto na 2ª etapa) à Foram prescritos 50g de glicose.
• Se no soro da unidade já tem 25 g (descoberto na 1ª etapa), o que falta para alcançar a concentração pedida? Veja os cálculos abaixo:

X = 50 g (prescrito) – 25 g (concentração já disponível no soro)

X = 25 g de glicose = concentração faltante de glicose.

4ª Etapa

• Determinar a concentração de glicose há em cada ampola de 10 mL a 50%, presente na unidade.
• 50% de glicose significa: 50 g de glicose em 100 mL.
• Numa ampola de 10 mL terá a concentração de? Siga os cálculos abaixo:

50 g de glicose ------------- 100 mL

X ---------------------------- 10 mL

X = 50 g x 10 mL

         100 mL

X = 500 g

       100

X = 5 g à Portanto, na ampola de 10 mL a 50% há 5 g de glicose.

5ª Etapa

• Determinar a quantidade de ampolas de glicose necessárias para acrescentar no soro, de glicose a 5% disponível na unidade.
• Na 3ª etapa foi descoberto que faltam 25 g de glicose. E em cada ampola há 5 gramas. Siga os cálculos abaixo:

5 g de glicose -------------------- 1 ampola

25 g de glicose ------------------- x

X = 25 g x 1 ampola

               5 g

X = 25 ampolas

               5

X = 5 ampolas

E quantos mL tem em cada ampola? 10 ml

Se foram necessários 5 ampolas, então o volume é: 5 x 10 = 50 mL a mais

Volume total do soro = 550 mL

OBS:

Se couber no frasco, fazer essa administração.

Se não couber, terá que desprezar 50 mL do soro a 5% para acrescentar essas 5 ampolas.